Blog que retrata os acontecimentos do mar e porto de Viana e arredores, nos bons e maus momentos, dos pequenos aos grandes senhores.

26
Ago 09

Segundo o Grande Dicionário Enciclopédico, MALABAR refere-se à costa ocidental da Índia, que em finais do Século XVII, se estendia desde o cabo Camorim, a sul, até ao monte Deli, segundo o cronista Fernão Lopes de Castanheda.

Dos reinos do MALABAR, o mais poderoso era o de Calecute, que frequentemente tentava afastar os portugueses dessa costa.

A frota de Vasco da Gama chegou aquelas paragens  em 1498 quando da descoberta do caminho marítimo para a Índia. Desde logo o samorim de Calecute tentou afastar os portugueses, mas o Vice-Rei da Índia Duarte Pacheco Pereira  ao derrotar os exércitos do samorim de Calecute, possibilitou a permanência lusa no Malabar.

Afonso de Albuquerque arrasou o comércio de Calecute, conseguindo em 1513 estabelecer pazes favoráveis e construir no local uma importante fortaleza-feitoria.

Foi curta a permanência dos portugueses em Calecute, sendo a primeira possessão que os portugueses perderam na Índia em 1525, tendo mais tarde, no Século XVII os ingleses edificado uma feitoria no local.

Actualmente faz parte do território da União Indiana. A principal riqueza do malabar assentava na pimenta, e menos no gengibre e na canela.

Malabarismo, (de malabar). s. m. Prática de jogos malabares. Também se diz quando queremos referir-nos a coisas difíceis e engenhosas ou a manigâncias ou manobras.

 O MALABAR foi um vaso de guerra francês que efectuou uma visita de cortesia ao porto de Viana do Castelo e região do Alto Minho em 25, 26 e 27 de Julho de 1986, a convite do Cônsul Honorário  de França nesta cidade o sr. José Augusto Lima de Matos.

Tive ensejo de lhe dar entrada para o cais do novo Porto Comercial, na margem esquerda do rio Lima, e saída para o mar com destino a França.

Era um rebocador moderno com 51 metros de comprimento, sob o comando do Capitão de Fragata Mr. Benoit, com uma tripulação de 40 Oficiais, 15 sargentos e 15 marinheiros.

A exemplo de visitas anteriores de outros navios da Marinha de Guerra Francesa, foi proporcionado ao comandante e tripulação, um vasto e bem elaborado programa, delineado pelo sr. José Lima de Matos, com visitas aos concelhos dos vales do Lima e Minho.

O comandante e oficiais, retribuíram com um cocktail a bordo do Malabar, às autoridades civis e militares.

Na saída para o mar o comandante Benoit teve a amabilidade de me oferecer um porta chaves do navio, em prata, que guardo como recordação.

 

publicado por dolphin às 23:25
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20
Ago 09

 

Começam hoje dia 20 de Agosto de 2009 as festividades em honra da Senhora D'Agonia na cidade de Viana do Castelo, recheadas de um vasto e atractivo programa e estendem-se até ao dia 23 com a Maravilhosa Serenata no Rio Lima, sessão de fogo de artificio sem comparação em Portugal.

 

 

Cartaz da Romaria d'Agonia de 2009, emoldurado com duas caras bonitas da mulher Vianesa, a mais jovem é Eliana Gigante Amorim, que está vestida à Mordoma, envergando um traje pertença da Exma. Sr.ª D. Maria de Lurdes Borkenstein, à guarda do Museu do Traje. Em segundo plano Sara Maria Araújo Marques da Silva Gorito, representa a "mulher da nossa ribeira".

 

 

Na primeira rotunda na entrada de nascente da cidade, um coração monumental de Viana anuncia e indica as Festas da Sr.ª D'Agonia

 

 

A Alameda da Sr.ª D'Agonia está majestosamente engalanada e emoldurada com motivos alusivos ao folclore Minhoto que domina toda a romaria, como se pode ver nas fotos acima e abaixo.

 

 

 

As ruas estão decoradas, muitas delas ao gosto dos comerciantes ou moradores como é o caso da rua da Bandeira que vemos acima, engalanada com lenços típicamente à moda do Minho. Outras como a Avenida dos Combatentes abaixo, principal artéria por onde desfilam os cortejos e procissões, está ladeada de bancadas para que as pessoas possam presenciar os desfiles maravilhosos de cor e euforia dos inúmeros participantes.

 

      

 

 

Viana é assim alegria,

luz, cor, som, euforia

 

publicado por dolphin às 02:34
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14
Ago 09

Na praia da Arda em Afife - Viana do Castelo, estão a decorrer deste ontem as provas de uma das etapas do Campeonato do Mundo de Bodyboard.

Há 15 anos que pela primeira vez o Clube de Surf de Viana do Castelo, trouxe à Praia da Arda este evento de renome mundial, que era sempre realizado no Hawai, e, pela primeira vez, saiu daquele arquipélago do Pacífico para se realizar na Europa, cabendo a Portugal e concretamente a Viana do Castelo a realização de tão importante acontecimento que foi um sucesso mundial.

Espera-se que o actual seja igualmente uma marca no ranking mundial do Bodyboard e uma marca para a organização a cargo do Clube de Surf de Viana, que este ano comemora 20 anos de existência, e também para a cidade de Viana do Castelo que tem dado apoio incondicional à realização desta prova tão importante e que por certo dignificará o nome de Viana além fronteiras.

 

 

Um cartaz do evento

 

 

Outro cartaz promocional

 

 

Um símbolo a recordar

 

 

Aspecto das instalações de apoio logístico montadas na praia da Arda

 

 

Não faltou o público a aplaudir os atletas de renome mundial

 

 

Elementos de apoio

 

 

Uma última mirada aos placards

 

 

Esperando a onda (o de vermelho é Mike Stewart, um veterano que já foi campeão do mundo e que há 15 anos esteve neste local com Guilherme Tâmega, outro campeão, que também se encontra entre nós)

 

 

Dois pormenores das provas

 

Está de parabéns o SURF CLUB DE VIANA, pela organização desta etapa do CAMPEONATO DO MUNDO DE BODYBOARD, a CÂMARA MUNICIPAL DE VIANA DO CASTELO  e demais patrocinadores e todos aqueles que duma ou doutra maneira contribuiram para a realização deste evento.

publicado por dolphin às 23:58

05
Ago 09

 Pontão da margem direita do Rio Lima, junto à Praça da Liberdade, utilizado pelas embarcações de cruzeiros do rio Lima.

 O VIA LIMA, pequena embarcação utilizada normalmente no transporte de pessoas de Viana do Castelo para o Cabedelo e vice-versa. Repare-se na decoração com motivos típicamente do Alto Minho. 

 A nova embarcação de cruzeiros no Rio Lima, foi baptizada com o nome BRAZÃO DA CIDADE e é considerávelmente maior que a anterior. 

 As duas embarcações atracadas no pontão da margem Norte, com a centenária ponte Eiffel em fundo.

publicado por dolphin às 00:09
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04
Ago 09

Estão a decorrer os XV Jogos Náuticos Atlânticos tendo como cenários: - O Rio Lima (Remo e Canoagem); A Foz do Lima (Vela e Natação com barbatanas); Peniche (Fotografia Subaquática -Ilhas Berlengas); Praia da Arda - Afife( Surf).

 

 

Cartaz dos jogos

 

 

Uma das provas de remo com Portugal a classificar-se em 1.º lugar, seguido pela Catalunha

 

 

O 3.º classificado (???)

 

 

Apoio da Federação Portuguesa de Remo

 

 

Uma das provas de vela, com a Estação de Pilotos da Barra de Viana do Castelo em fundo

 

 

Regresso da prova

 

 

Pormenor da prova com o molhe exterior do porto de Viana do Castelo ao fundo

 

 

Cartaz do Campeonato do Mundo de Bodyboard que irá decorrer na praia da Arda em Afife entre os dias 12 a 16 de Agosto.

publicado por dolphin às 00:24

03
Ago 09

A pesca está na origem do primeiro povoado que deu nome a Viana. Foi a formação desta póvoa marítima de pescadores que se dedicavam à pesca no rio e no mar que mais tarde D. Afonso III reconheceu valor elevando-a à categoria de vila e atribuindo-lhe o primeiro foral em 18 de Junho de 1258.

No início do Século XX era importante a captura da lagosta que era exportada essencialmente para França, Inglaterra e outros países do mar do Norte.

Traineira espanhola atracada na Doca Comercial em Viana do Castelo

A sardinha se bem que fosse utilizada pelas camadas mais pobres da população, especialmente salgada, não era dominante, representado uma pequena parcela do total das capturas com prevalência da lagosta como refere o jornal  A Aurora do Lima em 04-05-1903; lagosta-2:370$400, outras espécies marítimas- 58$400, sardinha- 17$600 reis.

Nesta época as pessoas queixavam-se da falta de higiene existente em certas ruas da cidade onde se salgava sardinha, reclamando das autoridades camarárias a tomada de medidas impedindo esta prática pouco higiénica.(a)

Redes de cerco estivadas no cais

 Em 1914 os pescadores da ribeira de Viana através da Associação da classe protestaram junto do Capitão do Porto no sentido de haver mais fiscalização às traineiras espanholas que não respeitam as regras da pesca, usando dinamite na captura da sardinha, nem as regras para evitar abalroamentos no mar, navegando de noite com os faróis apagados para não serem detectados pela fiscalização, que não existe.(a)

A mesma situação repete-se em 1921, chegando até, no fulgor da ardentia, uma traineira espanhola de nome Camposina, de la Guardia, ao seguir os fios de um cardume de norte para sul foi embater contra o penedo do Ladrão vindo mais tarde a encalhar no lago do Castelo.(a)

A traineira espanhola Cha Veiga que habitualmente pesca no Mar de Viana

Ao longo dos tempos os atritos entre pescadores portugueses e espanhóis foram constantes.

Em meados do século passado cerca de 1941 a sardinha começou a ser procurada por todas as classes sociais atingindo já nessa época o valor de 125$00 o cabaz.(a) Foi a época áurea das traineiras e dos armadores de Matosinhos. Viana do Castelo jamais foi um porto importante na pesca da sardinha através da utilização da arte de cerco, como o comprova não ter havido muitas traineiras  registadas nessa arte, preferindo os pescadores utilizar para esse efeito a rede de tresmalho, com capturas inferiores às do cerco mas melhor qualidade e tamanho tal como os ancorenses ainda hoje utilizam este método de pesca.

Alador de rede de cerco da traineira Cha Veiga

Há cerca de 20 anos ainda era possível ver na lota de Viana algumas traineiras de Leixões que aportavam a Viana para vender a safra da manhã quando pescavam no mar de Viana.

Actualmente a frota da sardinha de Matosinhos praticamente não existe, estando reduzida a poucas traineiras que tudo o que pescam vendem na lota de Matosinhos.

As únicas traineiras que vendem sardinha em Viana são as espanholas outrora tão contestadas e agora tão acarinhadas. Os tempos mudaram, os métodos e as regras também. Estamos na Europa Comunitária com novas regras comuns a todos os países aderentes.

Redes de cerco prontas a ser usadas na pesca da sardinha

Costuma-se dizer que "quem toca é quem tem a guitarra". Neste caso eles é que tem os barcos e por isso os vemos atracados na doca comercial como as fotos documentam.

Nós abatemos os nossos barcos eles mantem-nos ou construiram outros e aí estão, como na agricultura, adquirindo terrenos e investindo no sector primário.

A traineira Nova Costas

O meu pai costumava dizer, há 50 anos atrás, a propósito do desprezo que os governantes já nessa altura mostravam em relação ao sector primário, agricultura e pescas, "Da terra e do mar é que vem o sustento da humanidade. Daqui a 50 anos quem cá estiver vai ter que se virar para a terra e para o mar à procura do sustento, se não quiser morrer à fome".

É por isso que os espanhóis já estão a apostar no sector primário para garantir a sua sobrevivência e de muitos outros.

(a) In A Aurora do Lima, 1902,1914,1921,1941.

 

 

publicado por dolphin às 00:44
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01
Ago 09

Há muito tempo que víamos o Cais Comercial do Porto de Viana do Castelo vazio, com um aspecto desolador e desanimador. Finalmente esta manhã bastaram dois grandes navios para encher os cais e dar-lhe um aspecto atraente, transformando-o num porto laborioso.

 

 

A crise mundial que atravessamos é sintomática, sendo os portos o barómetro registador dessa anomalia económica.

As trocas comerciais entre os estados e as regiões diminuiram consideravelmente nos últimos meses afectando o transporte marítimo, veículo indissociável desse comércio internacional e que representa a parcela  mais importante do conjunto das relações intermodais.

 

 

Ao transporte marítimo estão associados outros tipos de transportes que se complementam entre si formando um conjunto intermodal muito importante que gera grandes volumes de negócios e de que dependem grande quantidade de empresas, serviços e trabalhadores.

Os portos são factores de desenvolvimento da região em que estão inseridos e como tal geram sinergias, trabalho e riqueza. Quando um elo dessa cadeia fraqueja ou se quebra todo o conjunto se ressente. Todos os serviços a montante e a jusante desse elo quebrado são afectados, não se estabelecendo a ligação entre os restantes elos da cadeia.

 

 

Esta crise que começou por ser financeira, transformou-se rápidamente em crise económica, afectando toda a economia gradualmente, instalando-se ao mais baixo nível, o familiar, base de toda a rede económica.

Sectores como o shipping, dependentes das necessidades do transporte de produtos básicos, foram seriamente afectados com a diminuição a nível global das trocas comerciais, ditadas pelos programas governamentais de contenção de despesas.

 

 

Outros sectores interligados com o shipping como é o caso da construção naval estão igualmente a sofrer com a falta de encomendas de novas unidades.

Viana do Castelo tem nos Estaleiros Navais um dos sustentáculos da economia da região.

Felizmente e graças a uma conjuntura adversa nos Estaleiros Vigueses, foram deslocadas para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, três unidades para reparar e finalizar aprestamentos, trazendo um grande número de trabalhadores galegos e utilizando também parte de trabalhadores dos nossos estaleiros que estariam no improdutivo caso não tivesse surgido este trabalho extraordinário e imprevisto.

 

 

Eis a razão porque ao contrário do cais comercial, os cais afectos à área dos Estaleiros Navais e das docas secas estarem repletos de navios, dando um aspecto laborioso e movimentado àquela área portuária.

Esperemos que este panorama se mantenha no sector de construção naval e melhore no sector comercial para bem do porto de Viana do Castelo, da região, do país e do mundo.

 

 

publicado por dolphin às 00:47

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