Blog que retrata os acontecimentos do mar e porto de Viana e arredores, nos bons e maus momentos, dos pequenos aos grandes senhores.

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Out 12

Conheci o Dr. Manuel Luciano da Silva por volta de 1958 quando apresentou, no velho cinema de Vale de Cambra, o documentário sobre a Pedra de Dighton. Eu frequentava o 1.º ano  do ensino secundário no Externato Cambrense, quando os alunos do colégio foram em peso assistir à passagem do filme de 8 mm, no improvisado cinema que funcionava numa parte do rés do chão da Pensão Cambrense, contígua à antiga escola primária.

 

 

 

Para mim, adolescente serrano de Cavião, o cinema era uma novidade, o mesmo não acontecia com os urbanos da vila, para quem era um hábito frequentar as sessões cinematográficas de domingo à tarde, as chamadas «matinées».

Recordo, como se fosse hoje, esse meu primeiro contacto com o audiovisual e o assunto ficou para sempre registado na minha memória.

Anos mais tarde, em 1972, já imediato de  um navio de pesca que operava nos mares do Sudoeste Africano, através do meu primo Abel de Oliveira Aguiar, fui presenteado com um exemplar do livro original, escrito em língua inglesa, «Portuguese Pilgrims and Dighton Rock», com uma dedicatória amável do Dr. Manuel Luciano da Silva. O mesmo viria a suceder com o livro de sua autoria «A electricidade do amor» e, pessoalmente, numa conferência que deu na Escola Secundária Ferreira de Castro, em Oliveira de Azeméis, em 29 de março de 2002, e que tive o previlégio de assistir, ofereceu-me e escreveu uma dedicatória honrosa na publicação «As verdadeiras Antilhas: Terra Nova e Nova Escócia».

 

 

Foi com grande orgulho que assisti à inauguração, em Cavião, das instalações da Associação Dr. Manuel Luciano da Silva, que prestigia a terra que o viu nascer e de que se orgulhava.

Comunicávamo-nos pela Internet, através do correio eletrónico, e a última vez que estivemos juntos foi no Porto, por ocasião do lançamento do livro «Cristóvão Colon[Colombo] era Português», no dia 3 de Junho de 2006, que escreveu em coautoria com a esposa D. Sílvia Jorge.  Revi-o no filme  de Manuel de Oliveira, «Cristóvão Colombo, o Enigma», apresentado em Macieira de Cambra.

Foi com profunda tristeza que recebi a fúnebre notícia que o meu amigo Adolfo Coutinho me enviou por mail. Não queria acreditar. Depois de introspetivar os momentos  de proximidade e comunhão, que acabo de narrar, decidi, em jeito de homenagem, publicitar essas minhas vivências com um dos mais importantes cambrenses e, seguramente, com o cavionense mais ilustre, que na diáspora cimentou com altruísmo e inteligência, uma conduta invulgar na ciência e na investigação, em paralelo com uma vida repleta de humanidade e solidariedade.

Paz à sua alma.

Viana do Castelo, 2012-10-23

Manuel de Oliveira Martins

publicado por dolphin às 22:00

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