Perde-se no tempo a memória da origem desta embarcação também chamada D'água arriba, de Riba-acima, barca, barcaça, chata e barquinho.
A necessidade de transpor um obstáculo natural, o rio, cedo deve ter despertado nas populações que primeiramente povoaram as margens do Lethes (rio do esquecimento para os romanos), a inventarem um meio de se deslocarem de uma margem para outra.
A forma singular e elegante destas embarcações, de pouco calado, próprias para subir o rio Lima até ao Carregadouro (perto de Ponte da Barca) onde iam carregar vinho para ser exportado pelo Porto de Viana; tem um fundo chato e apresentam a proa em bico e a popa cortada. O fundo é formado por cinco pranchas grossas de madeira de pinho e o bojo trincado é feito de 2 a 3 tábuas sobrepostas a partir do fundo , rematadas por um pequeno rebordo. Tem de comprimento entre os 9 e 11 metros por 2,5 a 3 metros de largura máxima e 60 centímetros de pontal, com uma capacidade de carga de cerca de 1 tonelada.
Representação esquemática dum barco de Riba a cima
Modelo novo de um barco d'água arriba em contraplacado marítimo
Secção e popa de um velho barco d'água acima
Restos da proa de um barco de Riba a cima
A forma de movimentação foi até à década de 60 do século passado a vela e a vara. As extracções desordenadas de inertes no rio Lima provocaram no leito do rio desníveis (poços) que chegam em certos sítios a atingir 15 metros de profundidade o que torna impossivel o movimento através da vara. O vareiro ( homem que utiliza a vara), encontrou no motor fora de borda o meio de movimentação mais adequado, eliminou o leme e instalou um motor fora de borda apoiado num reforço improvisado no painel da popa.
Transporte de pessoas entre as duas margens
A vela outrora usada era uma vela triangular bastarda com muito pano na esteira, que armava com pequena verga ostagada no mastro.
Cais velho de Darque