Até quando continuaremos a ver imagens como estas? ... até quando ...
Como estas, muitas outras fotografias que ao longo dos anos fomos tirando, preservando um património visual que os vianenses tanto estimam e se habituaram a visualizar diáriamente.
Com as recentes notícias, nada animadoras, quanto ao futuro dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, interrogamo-nos até quando será possível manter estes quadros vivos que registam a actividade desta indústria de construção naval que remonta aos meados do século passado (1944).
De quem é a culpa? Não sabemos e certamente não haverá ninguém que o possa afirmar em concreto. Pouco importa agora descobrir ou atribuir culpas a A, B, ou C. É tempo perdido. O que importa agora, e já, é encontrar uma solução que viabilize duma vez por todas, sem remendos, o barco que está a afundar-se. Quem anda no mar sabe que por vezes é necessário deitar carga ao mar para salvar o navio de naufragar, é custoso ter de o fazer, mas é melhor do que irem todos para o fundo. A menos que se queiram tornar todos em heróis, o que duvido.
A indústria de construção naval é ingrata, porque incerta. Tem picos. Sempre assim foi e sempre assim será. Neste momento, no Ocidente, está a atravessar uma crise, derivado à concorrência dos países asiáticos. Esta situação não vai durar eternamente, é necessário adaptar as estruturas para suportar esta fase. Tempos melhores virão, depois de se estabelecer o equilíbrio que a globalização da economia mundial gerou. Até lá é necessário que todos, mas mesmo todos(patrões e operários, governantes e cidadãos), deêm as mãos no sentido de gerarem um consenso para definirem qual é a carga que cada um tem que atirar ao mar para salvar o barco. Se assim não procederem, adeus Estaleiros Navais, adeus país. Ficaremos apenas com as memórias das fotografias que tiramos...