Foi um grande cientista do seu tempo e da humanidade. A ele se deve a descoberta do nónio. Apesar de ser de origem judaica, obteve sempre protecção real e, devido à sua grande sabedoria, foi primeiro nomeado, cosmógrafo real e em 1547 passou a cosmógrafo-mor. Grande parte das suas descobertas matemáticas deveram-se à necessidade de resolução dos problemas que surgiram ao longo das navegações portuguesas, daí a sua figura estar associada aos descobrimentos portugueses e merecer figurar na gesta lusíada.
A Marinha de Guerra Portuguesa tem de longa data a tradição de atribuir a alguns dos seus navios alguns nomes mais representativos da nossa nacionalidade. Entre essas grandes personalidades da nossa história conta-se a do grande matemático Pedro Nunes que foi nome de quatro navios de guerra em quatro épocas diferentes.
O primeiro navio a ser baptizado com esse nome foi o Brigue “Pedro Nunes” que foi construído no Arsenal de Marinha, junto à Ribeira das Naus e lançado nas águas do Tejo no dia 19 de Junho de 1856.
Teve a honra de ter como primeiro comandante o infante D. Luís que mais tarde foi rei de Portugal.
Quinze anos depois, a 17 de Agosto de 1871, foi desarmado e, incapaz de navegar, foi mandado vender, em 17 de Janeiro de 1874.
O segundo navio a usar o nome do ilustre cosmógrafo, foi a antiga galera Thermopilae, construída em 1868 e adquirida pelo Governo Português em 1896, para servir a Marinha como Navio-escola “Pedro Nunes”. Não chegou a armar para desempenhar essa missão sendo utilizado como pontão de carvão.
O seu fim foi, como tantos outros navios de guerra, alvo para treino de lançamento de torpedos, tendo sido afundado ao largo de Cascais a 13 de Outubro de 1907.
O terceiro foi o antigo paquete Malange, da Mala Real Inglesa, lançado à água em 1889,a quem coube a honra de ostentar o nome do grande astrónomo e matemático, com a categoria de Cruzador auxiliar “Pedro Nunes”, sendo utilizado nessa missão desde 1916 e fazendo serviço durante a 1.ª Grande Guerra Mundial.
Em 4 de Novembro de 1921 foi desarmado e em 9 de Julho de 1923 entregue à Companhia Nacional de Navegação que lhe voltou a dar o antigo nome de Malange
O quarto e último navio a utilizar esse glorioso nome, foi o Aviso de 2.ª classe “Pedro Nunes”. Foi ainda no velho Arsenal de Marinha, ali junto ao Terreiro do Paço, naquela altura já denominada Praça do Comércio, que foi lançado à água no ano de 1934.
Em 11 de Abril de 1935 passou a armamento normal.
Fontes: - Grande Dicionário Enciclopédico.
- Pedro Nunes de A. Fontoura da Costa, colecção: Figuras de Além-mar. Agência Geral do Ultramar, 1969